O Princípio de Peters
Diversos leitores me têm escrito pedindo para falar um pouco no princípio de Peters. A procura do conhecimento toca-me sempre e, decidi por isso investigar um pouco este princípio quase Dilbertiano, que tanto influencia a vida empresarial e política Portuguesa.
Peters nasceu em data indeterminada, na década de 50 numa pequena cidade rural norte-americana. À nascença, nada de extraordinário o destacava da mole de bébés meio ranhosos, que choravam por detrás do vidro da maternidade Alfred’s of the Coast. Mas quis o destino, que este bébé ainda viesse a dar que falar. A primeira vez foi precisamente aos 3 dias de vida, quando, sem fralda e ao colo da enfermeira-chefe, decidiu oferecer-lhe um xixi de proporções bíblicas.
Estavam lançadas as raízes da sua teoria sobre a incompetência das chefias!
Foi no entanto já na primária que as ideias foram ganhando forma. Peters não percebia porque razão o professor Byby insistia tanto em sentar-se com os alunos na carteira e brincar com eles ao toca-e-foge e a saltar ao eixo. Mas a contínua observação destes comportamentos levou-o a crer que Byby não era mais que um deles. Um aluno promovido a professor, mas que não tinha na verdade mais que as capacidades necessárias para andar sempre na reinação com os miúdos. Era portanto um mau professor, que tentava ocultar a sua incapacidade levando muitos alunos à oral.
Foi no entanto alguns anos mais tarde que que Peters começou a escrever o seu trabalho notável, influenciado sem dúvida por mais um episódio marcante.
Reagan tinha acabado de ser eleito para a casa branca e de repente, muitos americanos começaram a dar-se conta que ele tinha um talento especial para fazer figuras tristes. Isso mesmo, Reagan era actor. Mas o facto de um mau actor dar origem a um péssimo presidente confirmou as suspeitas de Peters.
Foi assim que foi formulado pela primeira vez o princípio de Peters, cujos diversos postulados não interessam nada, mas que na sua essência afirma claramente, que todas as pessoas são sistematicamente promovidas até ao seu nível de incompetência, acabando nessa altura por ficar nesse posto. Um posto para o qual não são competentes, mas onde se manterão
ad eternun, por não apresentarem méritos que os levem a uma promoção. Fica claramente explicado o estado caótico dos organismos e empresas públicas (ou outras onde não existam gestores).
Muito mais haveria para dizer sobre Peters, mas na verdade os leitores só me pediram o princípio.