Cambada de abortos
Foi relançado o debate por causa do julgamento em Aveiro de não sei quantas mulheres acusadas da prática do aborto e pelas declarações do bispo do Porto que disse, e bem quanto a mim, que o aborto devia ser despenalizado.
Vêm depois os senhores porta-voz dos partidos do governo que há um acordo em que, nesta legislatura, não se iria alterar aquilo que foi decidido na última consulta popular.
Eu que não sou formado em matérias legais, nem pretendo sê-lo pergunto-me se:
- tendo havido uma adesão ao referendo (bastante) inferior a 50% dos cidadão recenciados o resultado é vinculativo?
- uma vez que já tinha sido debatida e aprovada na assembleia - órgão que, ou mal ou bem, foi eleito pelos portugueses. E, com mil diabos, por mais de metade! - uma lei que despenalizava o aborto, haveria lugar a referendo? É que a ser assim, ainda gostava de ver as leis todas referendadas. Olha, por exemplo aquela ideia peregrina que a N. Sr.ª das Finanças teve de passar o IVA de 17 para 19%. Isso é que ia ser um regabofe!
Outra coisa que eu gostava de saber era de números. Por exemplo:
- quantos abortos clandestinos são feitos em portugal?
- e abortos de filhas de ministros/deputados/presidentes de câmaras/institutos, etc... serão feitos em portugal?
- dos abortos clandestinos feitos em portugal, quantos correm mal?
- que custos trazem ao estado português os abortos clandestinos feitos em portugal que correm mal?
Abortos, quanto a mim, são esses senhores de fato e gravata que não conhecem o portugal real e vêem pouco além do seu próprio umbigo. Sendo eles abortos, são ilegais. Acabemos com eles. Por decreto!
