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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2004-01-28


 

Inacreditável
(ou como se comprova a lei de Murphy)

Ontem falava com um amigo dos mais antigos que tenho. Conheço-o desde os 15 anos e desde sempre foi uma pessoa dada a acontecimentos de partir a rir. É, ainda hoje, um rapaz tímido e agarrado a ideias que resultam de uma educação claramente conservadora e católica. Mas das incoêrencias entre o que quer fazer e a imagem que quer manter, resultam algumas das situações mais inacreditáveis. Como a que a seguir relato.

Divorciado desde há dois anos, ele tem agora uma vida sentimental e sexual, mais movimentada que a estação do Rossio em hora de ponta. Assim, há já algum tempo que, para satisfazer alguma fantasia mais louca de uma das suas companheiras, ele queria comprar um dildo. O único problema é que a simples ideia de entrar num Sex-Shop é de todo inaceitável para ele. Bom, rendido aos encantos do comércio virtual, lá descobriu a loja certa e encomendou o brinquedo. Poucos dias depois chega o postal dos CTT e ele dirige-se receoso à estação dos correios.

O primeiro impacto não foi muito positivo. A estação estava apinhada de gente. Respirou fundo e sentiu a pulsação a subir, mas manteve-se confiante na discrição da embalagem e do nome do remetente.

Chega a sua vez e a situação piora um pouco. Ao balcão em que foi atendido estava uma senhora de meia idade. Ele sente um ligeiro rubor a tingir-lhe as faces e as mãos transpiram. Entrega o postal e a senhora vai procurar a encomenda, enquanto ele reza para que tudo se passe com discrição. Uns instantes depois, chega a senhora, com um sorriso nos lábios e comunica-lhe:

- Há um pequeno problema, a embalagem está danificada e será melhor devolver.

Acto contínuo, deposita em cima do balcão a caixa, efectivamente com um amolgão e rasgada num dos cantos e o simpático dildo com a cabecita de fora a espreitar toda a gente.

Num acto de desespero e certamente já num tom vermelho arroxeado e com as palavras embargadas, ele agradece a preocupação, enfia o brinquedo dentro do casaco e sai disparado da estação dos correios.

E assim ganhámos mais uma história para contar na próxima jantarada.

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