Crónicas de um dia normal - III (ou IV)
O dia começa cedo: 7:30. Douche e pequeno almoço. Carro. Luz da reserva acesa. Passar pelas bombas. Bombas. Fónix! € 0.739/l.
Nota mental: escrever um post no Pano do Pó a falar sobre o preço dos combustíveis quando chegar ao trabalho!
Atestar. € 37.00. *glup* Multibanco. Cartão ilegível. Hein? Nova tentativa. Cartão ilegível. Ai a porra! De novo. Cartão ilegível. Hmmm... Olhar para a carteira. € 10.00. Bem... Vamos tentar na bomba do outro lado da estrada. Ok. Reconhece o cartão. Fixe! Não consegue estabelecer a ligação. Ai a porra! De novo. Nada... Ai o caneco. À terceira lá consegue estabelecer a ligação e efectuar o pagamento.
Nota mental2: verificar o saldo da conta bancária e certificar que no meio de tanta tentativa aquilo não sacou o dinheiro mais que uma vez (por falar nisso, volto já!)... Voltei! O pagamento foi efectuado só uma vez mas o meu saldo bancário é lamentável.
Passaram uns vinte minutos por causa da porra do multibanco. Mas pelo menos não tive que penhorar nada para pagar o combustível. Rumo ao trabalho que já vou com atraso! Chegada a Coimbra. Estacionamento? Pois, está bem. Ok, dar umas voltas para procurar estacionamento. Voltas. Muitas. Desespero de causa! Tento entrar num beco à porta de onde trabalho, com um bocado de sorte fico a fazer de rolha aos 30 carros que já lá estão mas consigo estacionar o carro. Nop! Estava uma carrinha dos correios a tapar o único buraco eventualmente disponível. Não havia sítio sequer para fazer inversão de marcha. Tive que fazer o trajecto de volta de marcha-atrás. Mais voltas. Nada. O meu colega de trabalho telefona-me a perguntar por onde ando. À procura de estacionamento. Ok, ainda bem que avisas. Vou sair de casa agora. Vou de moto. São 10h. Porco! Passados 5 minutos volta a telefonar-me. Pá, já cheguei!
PORCO! Pergunto se ainda ali estava a carrinha dos correios. Não. Ok, estaciono ali e deixo o contacto para me ligarem se for preciso tirar o carro. Assim fiz. Trabalhar.
Nota: A instituição para quem trabalho está instalada em três edifícios. Que distam entre si uns 300 a 400 metros.
Obviamente, o trabalho estava marcado para o edifício mais distante do estacionamento. Vou para lá. Passado meia hora ligam-me a perguntar se era o dono do carro coisital. Sou, eu vou já tirar. 300m. Fui tirar o carro. Arrumo de novo o carro. 300m. Trabalhar de novo. Meia hora. Olhe desculpe, é o dono do carro Coisital. Sou, eu vou já tirar. 300m. Fui tirar o carro. Agora o caso era mais bicudo: foi preciso tirar outros dois carros além do meu para poder tirar o da pessoa que tinha feito a chamada. Tiro o carro, meto numa ladeira com uns 200% de inclinação, atrás de mim outro carro. Olho desconfiado pelo retrovisor. Esta gaja vai deixar descair o carro e vai meter-me a mala para dentro! Vá lá, não meteu. 300m. Trabalhar de novo. Meia hora outro telefonema. Ai o cara...... Bem, ao menos desta vez não era o meu. Era o do meu colega. Era um pedido de ajuda. Tipo: "Está lá? Olhe somos da instituição XPTO, é por causa da aplicação que os senhores desenvolveram. Sabe aquilo é simples de usar, assim tipo clique aqui, clique ali, não tem muito por onde enganar. Mas sabe, nós aqui na XPTO somos um bocado a dar para o atrafiados das ideias e não entendemos nada disto. Dava para o senhor passar por aqui para nos explicar isto
MAIS UMA VEZ?" Sim, claro! O meu colega passa por aí esta tarde. Desliga o telemóvel e vira-se para mim: Podes ir, não podes? Ao que eu respondo:
CLARO QUE POSSO! MAS SE NÃO TE IMPORTARES, EU VOU SUICIDAR-ME DUAS OU TRÊS VEZES ANTES. PODE SER!?!?!
Se por acaso estiverem a perguntar-se porque raio o comentário ao preço dos combustível foi posto apenas às 22h se eu tinha dito que o ìa fazer assim que chegasse ao trabalho aqui fica a explicação: só agora me consegui sentar à frente do meu computador hoje!