Dia Internacional da Mulher
Lamento, mas não venho aqui regozijar-me pelo dia dedicado a todas as mulheres. Infelizmente, este é um dia que não recolhe a minha simpatia. E explico porquê.
Tenho a ideia, quiçá ingénua, de que as mulheres são iguais aos homens em todos os sentidos. Não concebo por isso a necessidade de criar um dia especial e considero mesmo muito humilhante a imposição de cotas. Na minha perspectiva de igualdade, cada um deve obter o que conseguir em função do seu mérito e valor pessoal, não por causa de uma cota.
Sentir-me-ia profundamente envergonhado se me tivessem oferecido o meu emprego ao abrigo de uma cota para gajos de olhos azuis, ao invés de ser pela minha competência.
Ainda assim, assumindo que de facto, mesmo entre nós, ainda existe descriminação, ela deve ser combatida 365 dias por ano. Duvido da eficácia de festas e discursos de circunstância, num dia que ainda por cima só é assinalado nos países onde não existe profunda discriminação (ou parece-vos que hoje se vai falar disto no Irão, na China ou na Nigéria?).
Se ainda subsistem nalgumas mentes retrógadas (olá senhores da Igreja Católica) enraizados sentimentos de superioridade masculina e de discriminação, devem ser combatidos, não só pela via legislativa, mas também pela criação de condições propícias à evolução das mentalidades. E isso, minhas caras, não é de todo o que um dia para falar das coitadinhas vai conseguir.
Beijos, ainda assim.
