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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2004-04-19


 

Crónicas de um dia único

Estive sábado num casamento. Ora, os que me conhecem sabem bem da aversão figadal que nutro por estes acontecimentos sociais específicos. Conseguem reunir num só momento uma infindável lista de atributos desagradáveis, dos quais o ter que estar de fato ao fim de semana, comer a horas que não lembram ao diabo e passar o tempo a correr atrás da minha filha, são apenas exemplos indicativos.

No entanto, as obrigações sociais têm que ser cumpridas e assim lá fui eu. Surpresa das surpresas, este revelou-se o casamento a que mais gostei de assistir (a escolha da palavra 'assistir' não é inocente e visa evitar que eu tenha que responder à incómoda pergunta:incluíndo o teu?).

A primeira boa surpresa residiu no número de convidados, que não excedia os 60. Depois a escolha quer da Igreja, quer do local de repasto foi francamente feliz. Assim, em agradecimento aos noivos por uma tarde de sábado inesperadamente agradável, decidi partilhar com todos vocês algumas considerações que formulei durante o evento:

* Depois deste casamento, tenho a certeza absoluta que em todo o país só há dois fotógrafos de casamento e que vão rodando de norte a sul, em carros super-velozes, para poderem cobrir todos. A sério, não me convencem do contrário, até já havia convidados que os tratavam pelo nome.

* A minha amiga ZZZZ, quando vista de perfil é a 'spitting image' da Manuela Ferreira Leite. Como podem calcular, o momento mais difícil da noite foi evitar que a turba enlouquecida que se formou espontaneamente à porta da igreja, a linchasse mesmo ali (o que convenhamos, é sempre aborrecido em jantares de família e amigos).

* Nunca fiquem sentados na Igreja atrás de casais de senhores sexagenários e com ar respeitável, que estejam estranhamente carinhosos. Podem assistir a mais apalpões que aqueles que querem ter de explicar aos vossos filhos.

Por fim, quero apenas contar-vos que escutar um Ave Maria de Shubert, interpretado por uma bela mocinha e acompanhado de 2 violinos, uma flauta e duas violas, na sonoridade especial de uma igreja, foi certamente um dos momentos mais belos que assisti num casamento.

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