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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2004-07-14


 

14 de Julho

Nos primeiros meses da Revolução francesa, uma grande agitação reina em Paris. Na primavera de 1879 os Estados Gerais recusaram dissolver-se e transformaram-se na Assembleia Nacional Constituinte. Em Julho, o rei Louis XVI chama a si novas tropas e despede Necker, um popular ministro. Na manhã de 14 de Julho, o povo de Paris pega em armas nos Invalides e dirige-se a uma velha fortaleza real, a Bastilha. Após violenta troca de tiros, tomam-na e libertam os presos que lá entavam encarcerados.

A tomada da Bastilha é uma primeira vitória do povo de Paris contra um símbolo do Antigo Regime. O próprio edifício é demolido nos meses que se seguem.

A "fête de la Fédération", no dia 14 de Julho de 1790, comemora com grande pompa o primeiro aniversário da insurreição. Em Paris, no Champ de Mars, é dita uma missa por Talleyrand sobre o altar da pátria.

A comemoração do 14 de Julho de 1789 foi abandonada, até a IIIª República, quando Gambetta procura celebrar os fundamentos do regime. Por proposta do deputado da Seine, Benjamin Raspail, a lei de 6 de Julho de 1880 faz do dia 14 de Julho a festa nacional da República.

A enfase é colocada, desde logo, no carácter patriótico e militar da manifestação por forma a testemunhar o reerguer da França após a derrota de 1870. A festa tem início com uma "retraite aux flambeaux" (desfile de uma espécie de candelabros em papel) na noite de 13 de Julho. Na manhã seguinte, os sinos das igrejas ou as salvas anunciam o desfile, seguido de repasto, espectáculos e jogos. Os bailes e fogos de artifício encerram os festejos.

Após a austeridade da guerra de 1914-1918, o 14 de Julho de 1918 é a grande celebração da vitória. No mesmo espírito, o 14 de Julho de 1945 é precedido por três dias de rejúbilo cívico.

O 14 de Julho continua a ser um dia de festa por toda a França. Em Paris, o tradicional desfile militar nos Campos Elísios é alvo duma preparação minuciosa. Em toda a França há, no dia de hoje, bailes, iluminação nas ruas e fogos de artifício.

Os presidentes da Vª República trouxeram algumas modificações ao desenrolar da jornada. Para reatar com a tradição duma Paris revolucionária, o Presidente Giscard d'Estaing fez desfilar as tropas entre a Praça da Bastilha e a Praça da República.

Sob a presidência de François Mitterrand, o 14 de Julho de 1989 foi um dos pontos altos da celebração do bicentenário da Revolução Francesa. Muitos chefes de estado estrangeiros puderam assistir a "la Marseillaise", um espectáculo produzido por Jean-Paul Goude.

Em 1994, soldados alemães da Eurocorps participaram no desfile nos Campos Elísios em sinal de reconciliação.

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