O principe e o forte
Há muitos muitos anos, num reino muito distante, vivia um principe sozinho no seu castelo. As muralhas eram altas e a fortaleza estava rodeada de fossos e armadilhas. Não que o reino fosse perigoso; não, nem tão pouco havia inimigos dispostos a tomar a fortaleza pelas armas e destruir a pequena cidade no seu interior.
O problema era que o principe tinha medo. Muito medo. Anteriormente tinha travado batalhas que o magoaram bastante. Tinha cicatrizes que lhe relembravam o quanto era dolorosa a guerra e as perdas que acarretava
E tinha medo. Fora forçado a travar duas grandes batalhas, de que acabara derrotado. Tinha medo que fosse seu o defeito que atraía as batalhas... e o fazia perdê-las. Tinha medo que fosse alguma coisa na sua forma de governar a cidade e as relações com os reinos vizinhos que fizesse despoletar a violência.
E por isso ele foi construindo muralhas. Cada vez mais altas... e depois fossos e por fim armadilhas para dificultar as aproximações.
O principe não estava feliz e sabia que tinha que fazer alguma coisa para não ficar eternamenta a lamentar-se do isolamento e pos isso decidiu um dia abrir as portas aos viajantes.
A pouco e pouco, os viajantes que antes passavam ao largo foram-se habituando a entrar na cidade e mesmo a pernoitar por lá. O principe sentiu-se feliz. Sentiu a felicidade inocente das descobertas... de quem descobre que não precisa viver atrás de paliçadas e saboreia a vida sem medo de ser o próprio.
E foi bom.
