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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2004-10-20


 

Direito ao contraditório

Venho responder por esta forma ao excelso senhor atirador desnudo. Caro amigo, eu não o critiquei no seu post de condenação ao acto vil levado a cabo pelos senhores do conselho das repúblicas, sejam lá quem forem eles. Apenas lhe lembrei que em tempos ido, muito provavelmente, muitas vozes apoiantes do regime de então terão criticado o presidente da AAC quando a 17 de Abril de 1969 tomou a palavra sem ter autorização para tal.

(E como este post está a ser escrito em tempo real resolvi ir documentar-me um pouco mais sobre tal acto)

Começa assim o artigo consultado:
"Decorria o ano lectivo 1968/69. Portugal vivia um período tensão, submetido a um governo fascista, que ao longo dos anos cria um clima de tensão provocado pela Guerra Colonial, pela censura à impressa e aos meios culturais, e a perseguição a todos aqueles que se opunham ao regime."

Chamem-me anarca, revolucionário, inconsciente, exagerado ou atrasado mental, mas se substituirmos "1968/69" por "2004/05", "fascista" por "de coligação PSD/PP" e "colonial" por "do iraque", e adaptando ali um ou outro nome, temos aqui um déjà vu. E por incrível que pareça, o "conselho de repúblicas" já estava metido ao barulho na altura. Grandes malucos, os maganos!

Não me queria alongar muito sobre o assunto, porque eu sei que vocês têm o que fazer do que me estar a aturar, queria apenas salientar que de facto fiquei deveras espantado com o aparato policial (eram mais polícias que estudantes!) junto ao polo II, hoje ao fim da tarde. Não fazia a mínima ideia do que se estava a passar.
Vim a saber mais tarde a que se devia tal aparato: houve por lá hoje reunião do senado. Além da reunião do senado houve também carga policial e uso de sprays de gás de pimenta (que levaram alguns alunos ao hospital). E eu acho muito bem porque os estudantes são perigosos delinquentes que ameaçam a ordem pública, esses terroristas!

Quanto às propinas, acho bem que se paguem propinas. É o tal princípio do utilizador/pagador. Agora gostava é que essas propinas fossem usadas, por exemplo sei lá sejamos ousados, em benifício dos estudantese não para pagar ordenados aos docentes. É que talvez isso seja obrigação do governo. Digo eu.

Concluindo, amigo sniper:
- Velho? Claro, quem não está a ficar velho?
- Careta? Não estás a ficar, sempre foste!

E agora vou ali fazer um post a avacalhar, que isto aqui não é um blog sério, ora porra!

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