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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2004-12-21


 

Roteiro gastronómico

Penso que já foi aqui sugerido neste blog um roteiro gastronómico. Penso até que já foram feitos alguns posts a aconselhar restaurantes. Mas a verdade é que não me apetece ir pesquisar no arquivo.

No entanto hoje vou fazer algo diferente, vou falar dum restaurante onde não ir. Pelo menos eu não volto lá. A não ser que me paguem o almoço, mas ainda assim vou sob protesto.

E não ir porquê?
Porque reservar mesa é mentira, se se chegar ao restaurante com 15 minutos de atraso a mesa já está ocupada porque "chegaram atrasados e eu tinha gente à espera de mesa!".
Depois de pedir muito ao senhor lá nos conseguiram enfiar num canto duma sala no primeiro piso. Ao subir a escada senti um puxão no braço, virei-me para trás e qual não é o meu espanto? Um empregado de mesa queria subir e, pelo vistos, eu não ía a subir a escada com velocidade suficiente. Vá lá que ainda me disse um "com licença!" muito "simpático". Eu, ao menos, tive direito a isso, já a senhora que ía à minha frente nem a isso teve direito, apenas a um chega para lá contra a parede para o senhor passar, é que ele ía mesmo com pressa, o senhor!

Posto isto, mal nos metem a ementa à frente querem logo que façamos o pedido. Como ainda faltava chegar uma pessoa dissemos que ainda iríamos esperar um pouco. Só passados largos minutos tivemos direito a mais alguma atenção, depois de alguma insistência nossa, para lembrar que estávamos ali, e agora, prontos para fazer o pedido. A escolha recaiu sobre a picanha (supostamente a especialidade da casa) e bacalhau à lagareiro. Acontece que a picanha vinha em espetos que ficaram na mesa. O primeiro pedaço estava quente e - diria - razoável. O segundo pedaço que tirei estava já gelado. Obviamente não comi mais. Para mais, a picanha era servida com um arroz de feijão que parecia ter sido temperado com açúcar no lugar de sal.

Mal acabámos de comer foram-nos logo retirados os pratos (alguns tiveram que se agarrar ao prato - LITERALMENTE - alegando não ter ainda acabado de comer. E não tinham mesmo!). Foi-nos então servida sobremesa sem sequer nos ter sido perguntado se queríamos ou não. Pelos vistos é costume da casa (?), seja!... Bolo de bolacha, leite creme, natas do céu e ananás fatiado. O bolo de bolacha sabia a isso mesmo: bolacha maria. As bolachas não foram ensopadas em café, como convém, e a manteiga era praticamente inexistente. As natas do céu não sabiam a nada e o leite creme estava aceitável. Por fim, café e rua.

Local do repasto: Restaurante O Telheiro - Coimbra, junto à estação de caminhos de ferro. A evitar!

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