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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2005-02-17


 

Poste pseudo-político, intimista e com um raio de um título demasiado longo que lhe retira alguma credibilidade logo à partida

Eu nunca fui um gajo com grandes convicções políticas, e muito menos partidárias. Acho a teoria marxista muito interessante, e seduz-me bastante o conceito da economia planificada e do "trabalhar pó monte". Curiosamente, os ideais marxistas parecem-me perigosamente parecidos com os professados por um outro pensador, mais distante na história, que dava pelo nome de Jesus. No entanto, a aplicação prática do "modelo" marxista parece-me tão difícil de implementar e susceptível de ser desvirtuada (como aconteceu) que acabo por me deixar convencer pela simplicidade do "laissez faire" da mão invisível. Passa um pouco por aí a definição de utopia e de realidade (para mim, pelo menos).

Mas o título deste poste era qualquer coisa com política. E a política, nesta coisa muito nossa que gostamos de chamar democracia, passa por ter ideias, capacidade para as concretizar e, mais importante ainda, capacidade para convencer (eu ia escrever vender, mas achei melhor não) as pessoas (ou eleitores) das virtudes dessas ideias e da sua superioridade face às ideias dos outros. Numa sociedade mediatizada e imediatista como a nossa, isso depende muito de quem defende essas ideias, das pessoas que as propõem. Simplificando, podemos dizer que depende bastante do carisma dos líderes. Atenção, não se deve confundir carisma com fotogenia (ou telegenia), capacidade retórica ou distribuir beijinhos por peixeiras. Carisma é aquela qualidade que um líder tem que faz com que as pessoas confiem nele.

Apesar de nunca ter sido de nenhum partido, admirei muito o Prof. Cavaco Silva (e ainda admiro). Admirei-o pelo que fez, pela forma eficaz e eficiente como o fez, por não se andar a gabar de o fazer e por não abdicar das suas convicções (mesmo perdendo votos à conta disso). Tinha defeitos? Pois concerteza que tinha (até eu os tenho), mas se só pudesse ir para primeiro-ministro quem não tivesse defeitos, tínhamos que arranjar um modelo de estado sem essa figura. Aliás, devo confessar que a maior surpresa da minha vida foi a derrota do Cavaco nas eleições presidenciais com o Sampaio.

Mas voltando ao presente. Nestas eleições já decidi em quem vou votar. Como eu voto em Coimbra, as minhas opções são Zita Seabra (PSD), Matilde Sousa Franco (PS), Nobre Guedes (PP), José Manuel Pureza (BE) e o gajo do PCP. A Zita não me diz nada. A Matilde Sousa Franco como cabeça de lista por Coimbra ainda não percebi se é uma piada do PS ou qual foi a ideia deles. De qualquer das formas, é uma falta de respeito por Coimbra. O Nobre Guedes está cá por mero oportunismo político (foi ele que chumbou a incineradora em Coimbra). O gajo do PCP, peço desculpa mas não me recordo do nome, não tem perfil (na minha modesta, pouco informada e claramente falível opinião) para deputado. Deixei para último o Pureza, do Bloco. E isto porque vou votar nele. O Pureza é uma pessoa extremamente competente, correcta e responsável. O Pureza é uma daquelas pessoas que eu teria orgulho que me representasse. Para além disso tudo, é um especialista em direito, relações internacionais e ciência política. É o homem certo para o desafio a que se propõe.

Agora, claro, a minha opinião vale o que vale. Não quero convencer ninguém a nada. Estou apenas a assumir a minha posição.

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