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Pano do Pó

Para tirar as coisas a limpo,
mesmo nos cantos mais difíceis.


2005-07-25


 

Pano do Pó, a autobiografia não autorizada

Cap. 2: blackbelly, a sereia ao volante

BB vivia feliz.

Era a campeã nacional do troféu AX sport, com o record de vitórias numa só época, record de pole positions e record de pontos. Não havia ninguém em todo o país que dominasse melhor o pequeno bólide da Citroen.

Mas, como não se pode andar na estrada tão depressa como na pista, BB utilizava no seu dia a dia um modesto e pachorrento Porche para se deslocar de casa para o Centro de Investigação Bio-Marinha da Agência Europeia de Tecnologia e Segurança. BB era head of research do novo projecto SBU 37A, um submarino mais pequeno, manobrável e de maior autonomia para estudar a vida subaquática. Apesar de alguns normais cortes no orçamento, o projecto corria sobre rodas e todos os prazos estavam a ser cumpridos sem grande pressão.

Mas naquele dia, enquanto percorria como de costume o caminho mais longo entre a sua casa e o centro, BB reparou num Renault Clio cinza que persistia em seguir atrás dela, apesar da velocidade a que seguia e à sucessão de cortadas que já tinha feito de forma aleatória para experimentar o perseguidor. “Que raio quererão estes gajos feios que aí vêm atrás?” pensou para consigo ao distinguir claramente 2 rostos pouco atraentes no clio perseguidor, um com uma barba que parecia ter 2 semanas e um cabelo aparentando nunca ter visto um pente de perto e o outro de rosto esguio e com uma guedelha comprida que indicava claramente que o indivíduo se achava (muito) mais atraente do que na realidade era. “Mas o raio do clio vem com fogo no rabo! Como é possível andar tanto? E ainda por cima estou quase a chegar ao centro.”

E seguiram em alta velocidade (50-70km/h nas rectas) até que BB bruscamente faz pisca e inicia a desacelaração para encostar, de uma forma tão inesperada e ríspida que o clio perseguidor quase não consegue manter a distância de segurança.

Param numa estação de serviço da Repsol e BB dirige-se para o balcão.
- Era um galão e uma nata.
- Natas já acabaram
- Então pode ser um queque
- Já só há de chocolate
- E donuts?
- Ainda não chegaram
- Então dê-me uma frize tangerina

Os indivíduos do clio perseguidor pediram brioches e dirigiram-se para a mesa de BB.

- Sabemos o que fizeste no verão passado.

BB ficou atrapalhada... tinha ido frize tangerina para o goto.

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